As drogas vasoativas são essenciais para o tratamento de pacientes que necessitam de suporte circulatório e também de suporte hemodinâmico e são, sobretudo, utilizadas em ambientes de UTI
Empregadas em pacientes graves que necessitam de cuidados intensos, as drogas vasoativas são normalmente utilizadas em ambientes hospitalares de terapia intensiva, como UTI ou CTI.
Tanto por conta da importância desses medicamentos para o bem-estar do paciente, quanto por conta da necessidade de utilizá-los para garantir um melhor tratamento a quem necessita, é fundamental que todos os profissionais da saúde dedicados ao tratamento e manejo desse paciente saibam exatamente como utilizar essas drogas.
Hoje você saberá mais sobre as drogas vasoativas e a importância desses fármacos para a manutenção da qualidade de vida e do bem-estar do seu paciente e, ainda, como esses medicamentos podem contribuir com a restauração mais rápida da sua saúde.
O que são drogas vasoativas?
As drogas vasoativas são todas aquelas substâncias farmacológicas que, quando utilizadas em um paciente, têm por objetivo apresentar efeitos em sistemas vasculares periféricos, em sistemas pulmonares e, ainda, em sistemas cardíacos.
Seja com efeitos diretos nos sistemas acima descritos, seja com efeitos indiretos, as drogas vasoativas são aplicadas tanto em doses pequenas quanto em respostas de doses, de acordo com o resultado que é esperado, seja um efeito rápido e curto, seja na ação esperada em receptores que estão situados na região do endotélio vascular.
Na maior parte dos casos em que é necessária a aplicação de drogas do tipo vasoativas, é importante assegurar ao paciente um tipo de monitorização hemodinâmica que precisa ser invasiva, a fim de verificar rapidamente qualquer mudança drástica tanto em parâmetros circulatórios quanto em parâmetros respiratórios.
Quando um médico ou uma equipe de enfermagem usa essas drogas de forma indiscriminada ou inadequada, os efeitos graves e deletérios podem ser esperados, obrigando a suspensão da terapêutica.
Qual a função das drogas vasoativas?
As drogas vasoativas são amplamente utilizadas em CTIs e UTIs a fim de estabilizar um paciente, normalizando as suas funções vasculares.
A atuação desse tipo de fármaco faz com que a frequência cardíaca de um paciente seja rapidamente normalizada e, ainda, com que se normalize o volume sistólico, que é a quantidade de sangue que o ventrículo cardíaco esquerdo consegue bombear para nosso corpo a cada vez que nosso coração bate.
Quando introduzidas essas drogas no tratamento de um paciente, no entanto, é fundamental que se estabeleça também a monitorização hemodinâmica, a fim de assegurar que se possa intervir rapidamente caso alguma dessas funções cardíacas ou vasculares não reajam conforme o previsto.
Em casos em que as drogas desse grupo não são administradas de forma correta, efeitos colaterais comuns são convulsões, danos respiratórios graves, danos cerebrais graves, danos permanentes e, até mesmo, a morte.
Quando as drogas vasoativas são utilizadas?
As drogas vasoativas são utilizadas em pacientes críticos quando há déficit ou sobrecarga grave no funcionamento do coração, ou, ainda, perda do tônus vascular, da circulação sanguínea ou do funcionamento do sistema respiratório.
Esse tipo de droga é utilizada com o objetivo de restabelecer rapidamente o funcionamento do fluxo sanguíneo, seja para órgãos regionais ou, ainda, para áreas vitais do corpo, sobretudo quando ocorre um choque circulatório que pode comprometer com gravidade a vida do paciente.
As drogas vasoativas são fundamentais para o tratamento de qualquer tipo de choque circulatório que possa ocorrer com um paciente, sobretudo porque induzem ao aumento do débito cardíaco e, ainda, melhoram a oferta de oxigênio no sangue.
No entanto, é sempre importante destacar que a droga vasoativa a ser escolhida depende necessariamente no mecanismo fisiopatológico que tem origem no tipo de choque circulatório e em sua razão.
Por conta disso, a droga que será administrada ao paciente deve estar relacionada com o tipo de complicação que ele apresentou na origem do caso e, ainda, deve ser calculada de forma sistemática ao longo do tratamento, de acordo com os parâmetros coletados no acompanhamento do caso em particular, o que faz essencial o monitoramento hemodinâmico.
Quais são as drogas vasoativas?
Confira, agora, quais são as drogas vasoativas mais comumente utilizadas em UTIs e CTIs para o tratamento de diversas complicações relacionadas ao sistema circulatório!
Adrenalina
A adrenalina é uma catecolamina que tem características vasopressoras e que estimula a liberação de noradrenalina. É uma droga que aumenta a frequência cardíaca rapidamente, bem como o volume sistólico.
Quando aplicada em doses de 0,1 mg/kg/min, a adrenalina aumenta também a resistência do sistema vascular periférico, sendo ela uma droga indispensável para tratar rapidamente a parada cardio-respiratória.
A adrenalina é uma droga que é muito utilizada em cirurgias cardíacas dos mais diversos portes, na saída da circulação que ocorre de forma extracorpórea, melhorando o desempenho do miocárdio e garantindo o sucesso da reparação de comunicação interventricular.
Em casos de choque séptico, embora não seja recomendada, a droga é frequentemente utilizada e é, ainda, a protagonista no tratamento de choques anafiláticos.
Dopamina
A dopamina é um neurotransmissor cuja ação se concentra no sistema nervoso central e no sistema nervoso periférico e, quando ativados os receptores de dopamina, nosso corpo realiza a vasodilatação de artérias renais, cerebrais, coronárias e mesentéricas.
Em períodos em que se constata estresse renal – como em infecções, traumas e outras circunstâncias análogas que representam risco elevado ao órgão – a dopamina é utilizada em doses de 0,2 a 3,0 mg/kg/ min a fim de aumentar o fluxo sanguíneo e, ainda, aumentar o volume de urina produzida.
Já em doses mais elevadas, de e 3,0 a 10,0 mg/kg/min, a dopamina causa taquicardia e, ainda, o aumento no retorno venoso sanguíneo e queda na resistência vascular sistêmica.
Por fim, em doses maiores do que 10,0 mg/kg/min, a dopamina causa vasoconstrição de forma sistêmica, bem como aumento da pressão arterial e, ainda, por fim, o fim dos efeitos vasodilatadores dos rins e mesentéricos.
Normalmente a dopamina, em baixas dosagens, tem seu uso associado à dobutamina e, ainda, à noradrenalina, tanto para o tratamento de episódios de choque cardiogênico quanto para o tratamento de choque séptico, de forma a aumentar o fluxo hepático e renal.
Dopexamina
A dopexamina é um tipo de catecolamina sintética, tal como a adrenalina, que tem função semelhante à dopamina.
Através do uso dessa droga vasoativa, o resultado é o aumento do débito cardíaco, a diminuição da resistência vascular de região periférica e, ainda, o volume aumentado da produção de urina, que é uma forma do corpo liberar o sódio, que é resultante do estímulo de receptores dopaminérgicos.
A dopexamina pode ser considerada como benéfica quando associada à complicações da função renal, quando há diminuição do débito cardíaco.
Apesar desses benefícios, a dopexamina é uma das drogas vasodilatadoras que não são comercializadas em território nacional.
Dobutamina
Da mesma classe das catecolaminas, a dobutamina é utilizada de forma a aumentar o débito cardíaco, ao mesmo tempo que reduz pressões que possam existir conduzindo ao enchimento ventricular.
Quando utlizada em dosagem de 15 mg/kg/min é uma droga que aumenta a contratilidade miocárdica, sem causar qualquer elevação que seja significativa da frequência cardíaca.
Ao utilizá-la, o corpo também promove a diminuição da pressão venosa tanto central quanto capilar pulmonar, visto que há melhora na performance do coração sem que haja alterações em relação à resistência vascular dos pulmões.
Já em dosagens que superam o valor de 30 mg/kg/min, esse tipo de droga vasoativa pode promover arritmias dos ventrículos coronários, diminuindo a resistência vascular de forma sistêmica.
Isoproterenol
Também uma catecolamina sintética, essa é uma das drogas vasoativas mais utilizadas para aumentar o cronotropsimo, promover a vasodilatação dos pulmões, rins, muscular e, ainda, para diminuir a pressão arterial diastólica.
A droga tem uma importante ação na redução da pressão de perfusão coronária e, ainda que limite o uso em pessoas com problemas relacionados ao sistema coronário, pode ser utilizada para tratar episódios de bradiarritmia, bem como hipertensão pulmonar e complicações relacionadas à insuficiência cardíaca.
O uso do isoproterenol não é indicado para quadros em que há hipertensão pulmonar aguda, quando apresentada após um quadro de embolia pulmonar. Nesse caso, a indicação de uso é o da noradrenalina.
Noradrenalina
A noradrenalina é um dos endógenos precursores da adrenalina e tem como ação direta um efeito vasopressor, sendo indicada para o aumento da pressão arterial, forçando o ventrículo esquerdo a funcionar de forma adequada.
Além disso, a droga vasopressora promove o débito urinário e, ainda, o débito do índice cardíaco.
Já em dosagens maiores do que 2 mg/kg/min, a droga proporciona um incremento da resistência vascular, bem como da vasoconstrição de regiões periféricas. Além desses aumentos, há a diminuição da perfusão renal, pulmonar e muscular.
Essa droga é recomendada para o tratamento de sepse, de inflamações sistêmicas e, ainda, no pós-operatório de cirurgias cardíacas, em episódios de infarto agudo do miocárdio.
Quais pacientes são indicados para o uso das drogas vasoativas?
Como cada uma das drogas vasoativas apresentadas estão relacionadas com o necessário e fundamental tratamento de complicações cardíacas, vasculares e renais, a utilização desses medicamentos deve ser cuidadosamente estudada para cada caso clínico.
A prescrição sempre deve observar princípios de conduta médica que analisem os efeitos positivos excedentes aos efeitos negativos da utilização dessas drogas, que devem ser administradas rapidamente, em muitos casos, quando se percebe uma reação não esperada do paciente.
Assim, é essencial que pacientes com quadros de complicações vasculares, cardíacas ou renais sejam acompanhados de forma intensa por uma equipe técnica e multidisciplinar, que permita a rápida adoção de uma droga vasoativa no momento que for necessário para resguardar a vida de um paciente.
Normalmente, as drogas são utilizadas em três casos:
- Resolução rápida de hipotensão;
- Impulsionamento das funções cardíacas;
- Redução rápida da pressão arterial.
Quem pode prescrever?
A prescrição de uma droga vasoativa pode exigir grande rapidez no processo decisório, podendo ser ela feita pelo médico responsável pelo paciente na UTI ou no CTI e, ainda, pelo cirurgião vascular no momento de uma intercorrência com o paciente.
É essencial, no entanto, que sempre que for possível se discuta aspectos de dosagem e farmacológico com os colegas da equipe multidisciplinar que acompanha o paciente.
Como preparar as drogas vasoativas?
Veja, agora, a melhor forma de preparar as drogas vasoativas e suas principais diluições:
Adrenalina
- Ampola de 1 mg/ 1 ml
- Diluição de 16 ampolas em 250 ml de SG 5%
- Dosagem recomendada de 2 a 10 mcg/kg/min
- Concentração de 60 mcg/ml
Dopamina
- Ampola de 250 mg/ 50 mL
- Diluição de 5 ampolas em 250 mg ou de 50 ml em 200 ml de SG 5% ou SF 0,9%
- Dosagem recomendada de 2,5 a 20 mcg/kg/min
Dopexamina
- Ampola de 50 mg
- Diluição de 5 ampolas em 250 ml de solução, em SG 5% ou SF 0,9%
- Dosagem recomendada de 0,5 a 1 mcg/kg/min
Dobutamina
- Ampola de 500 mg / 40 ml
- Diluição de 2 ampolas em 210 ml de solução, em SG 5% ou SF 0,9%
- Dosagem recomendada de 2,5 a 20 mcg/kg/min
Isoproterenol
- Ampola de 5 mg
- Diluição de 5 ampolas em 250 ml de solução, em SG 5% ou SF 0,9%
- Dosagem recomendada de 0,005 a 0,1 mcg/kg/min
Noradrenalina
- Ampola de 2 mg
- Diluição de 5 ampolas em 250 ml de solução não alcalina
- Dosagem recomendada de 0,05 a 0,1 mcg/kg/min
Quais os cuidados de enfermagem para drogas vasoativas?
Sem dúvida, um dos principais cuidados da enfermagem ao manipular pacientes que tenham a recomendação de uso de drogas vasoativas é no momento de fazer as corretas diluições dos medicamentos.
A diluição correta garantirá os efeitos esperados do fármaco, melhorando a qualidade de vida, a recuperação e o bem-estar do paciente.
Portanto, é essencial estar atento, buscar repassar todos os cálculos antes de ministrar qualquer uma das drogas vasoativas, de forma a garantir os corretos resultados da prescrição do médico.
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Conclusão
As drogas vasoativas são essenciais para a manutenção do bem-estar e da saúde de um paciente e podem ser decisivas no momento de salvar uma vida.
Por conta disso, ter uma equipe atenta o tempo todo às necessidades do paciente, bem como ao monitoramento constante de seus sinais vitais e funções vasculares é fundamental para que se tenha sucesso em seu manejo, garantindo sua rápida e plena recuperação.